A questão da semana é o caso da mulher que faz sexo com um desconhecido. Muitos se chocam com o relato da experiência vivida por ela. Entretanto, amor e sexo são impulsos totalmente independentes e pode haver prazer sexual pleno desvinculado das aspirações românticas.
Podemos encontrar a resposta na expectativa social a respeito da sexualidade feminina. Se uma mulher foge ao padrão de comportamento tradicional, ou seja, não esconde que gosta de sexo, é inacreditável, mas ainda corre o risco de ser depreciada.
As próprias mulheres participam desse coro, ajudando a recriminar as outras, que conseguiram romper a barreira da repressão e exercem livremente sua sexualidade. Para o homem é diferente. Fazer sexo com uma mulher no mesmo dia em que a conhece é considerado natural, ele até se valoriza por isso.
A recusa de muitas mulheres não é por falta de desejo. É a submissão ao homem, ou seja, a crença de que tem que corresponder à expectativa dele. A partir daí inicia-se uma encenação, onde o script é sempre o mesmo: o homem pode fazer sexo, a mulher não. Ele insiste, ela recusa.
Os dois estão com muito tesão, mas ele continua insistindo e ela continua dizendo não. Ela acredita que, se ceder, ele não vai se dispor a dar uma continuidade à relação. Vai sumir logo depois do orgasmo.
Há homens, moralistas e preconceituosos, que somem mesmo. A luta interna entre os antigos e os novos valores não está concluída. Alguns se sentem obrigados a depreciar a mulher, que sentiu tanto desejo quanto eles e não fingiu.
Afinal, em que encontro a mulher pode fazer sexo com um homem? No segundo, terceiro, sexto? Qual? O grau de intimidade que você sente na relação com uma pessoa não depende do tempo que você a conhece. Para um sexo ser ótimo basta haver muito desejo e sintonia entre os parceiros. E uma camisinha no bolso, claro.
Estamos vivendo um momento de transição, em que os antigos valores estão sendo questionados, mas novas formas de pensar e viver, ainda causa medo pelo desconhecido. Há os que sofrem por se sentir impotentes para fazer escolhas livres, mas o fim de muitos tabus a respeito do sexo é só uma questão de tempo.
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